A cor do meu pecado

O
meu desejo transmuta

Muda
de cor

É
furta-cor

Equaliza
no tempo

Ofusca-se
e aparece

Vaga
igual vagalume

É
lume e deixa pistas

Risca
o tempo e some no ar

A
cor do meu pecado sou eu

Meus
versos e loucuras

Minha
sensatez e lucidez

Minha
nudez de espírito

Minha
descrença em homens

E
minha peça mal acabada

A
minha estética esticada

E
versos incompletos

E
tome tempo

Em
prateleiras vazias

Ainda
bem que reajo

E
saiu de mansinho

Nem
pecadas eu deixo

Pois
me reduzo a nada

   Nilson Ericeira