Doce ilusão

Espera-se
a mudança

Espera-se
o recomeço

Espera-se
reverter o tempo

Inverte
a direção do vento

Esquenta-se
no frio

Buscam-se
agasalhos

Respiram-se
essências

E
procura a si mesmo

Continua
inquietudes

Cresce
e decresce

em
igual proporção

Veleja-se
sem barco nem vela

Consome-se
em dias de espera

E
se vive a tecer os fios da vida

Enrolado
em si mesmo

Como
que novelos da vida

Ainda
assim, alimenta-se de esperança

Embora
em si decomposto

Busca
fragmentos de vida

que
outrora tinha

Mas
espere um pouco mais

Pois
alguém te escutará sempre

Ainda
que encubramos em nuvens

  Nilson
Ericeira