Nu meu barco sem leme

Longe dos olhos

Bem perto de mim

Tão distante

Tão quanto eu

Ausente

Escrevendo coisas sem nenhum sentido

Evasivo

Delinquente no mundo

Mudo e admirado

Errático

Pobre, poeta, parado

Estático e em devaneios

Inerte a tolices e asneiras

Longe, muito longe

Num barco à deriva

Absorto e sem graça

Rindo de si mesmo

Como que num picadeiro

E na plateia

Esperando a última apresentação

 
Nilson Ericeira