Na minha agenda II

Anotei,
rabisquei

Colei
o teu retrato

Cobri tuas frases

Guardei
papel de bombons

A
tua cartinha

O
teu artista

O
charme de quem mais te encantava

Pus-me
em cenários da novela principal

Desenhei
o teu coração

Sangrei
o meu…

Pus-me
nas portas da vida

Fiz
salas…

Anotei,
risquei, reavivei

Você
existe em mim em marcas indeléveis

Novamente
com a agenda

Viva
na memória afetiva

Teu
vestido, teus pés, sapatos

A
sobra e  a projeção…

Caminhar…

Teu
riso de flor do dia

Teu
perfume em essências plúrimas

Teu
raio de sol no olhar

Tua
lua a nos vigiar

A
estrela que me seguia

Meu
céu em constelações

Teu
amor

Assim,
tão querido, requerido, desejado

Contido,
contigo onde eu ia…

Meus
passos silenciosos

Minha
imaginação frívola

A
presença, os números

Contagem
progressiva

A
voz…

Ecoando…

Em
mim, uns anotes

Uma
autocorreção

Precisava
ser um ser estético

Uma
vez que o natural me excluía

Então,
meu garbo fabricado

A
minha condução

Meu
aparentar nem tão eficaz

Mas
uma voz a ecoar no meu coração

O
teu coração!

Ali,
nas páginas da minha agenda

Nos
dias da minha vida

Com
o grifo de um único amor

Ainda
bem que a minha agenda comporta

Pois
no coração já a transbordar

As
letras, os riscos, de página em página

O
meu amor

 Nilson
Ericeira