Anotei,
rabisquei
Colei
o teu retrato
Cobri tuas frases
Guardei
papel de bombons
A
tua cartinha
O
teu artista
O
charme de quem mais te encantava
Pus-me
em cenários da novela principal
Desenhei
o teu coração
Sangrei
o meu…
Pus-me
nas portas da vida
Fiz
salas…
Anotei,
risquei, reavivei
Você
existe em mim em marcas indeléveis
Novamente
com a agenda
Viva
na memória afetiva
Teu
vestido, teus pés, sapatos
A
sobra e a projeção…
Caminhar…
Teu
riso de flor do dia
Teu
perfume em essências plúrimas
Teu
raio de sol no olhar
Tua
lua a nos vigiar
A
estrela que me seguia
Meu
céu em constelações
Teu
amor
Assim,
tão querido, requerido, desejado
Contido,
contigo onde eu ia…
Meus
passos silenciosos
Minha
imaginação frívola
A
presença, os números
Contagem
progressiva
A
voz…
Ecoando…
Em
mim, uns anotes
Uma
autocorreção
Precisava
ser um ser estético
Uma
vez que o natural me excluía
Então,
meu garbo fabricado
A
minha condução
Meu
aparentar nem tão eficaz
Mas
uma voz a ecoar no meu coração
O
teu coração!
Ali,
nas páginas da minha agenda
Nos
dias da minha vida
Com
o grifo de um único amor
Ainda
bem que a minha agenda comporta
Pois
no coração já a transbordar
As
letras, os riscos, de página em página
O
meu amor
Ericeira
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