Maromba II

Ali,
escondidinhos

Meninos
traquinos

No
quartinho, a venda

Enquanto
os pintos piavam

O
cachorro velho latia

Os
gatos miavam

Espinhas
no chão

Sentíamos
o cheiro d o gosto do azeite de côco

O que vovó Bibi fazia

O
vento trazia e levava

Oh
aroma bom, com gosto de saudade

Agora,
a saudade é de doer na alma

Na
casinha, uns trapos:

O
côfo, a tarrafa, o caniço, o choque, o chapéu …

Enquanto
escutávamos o toque no pilão

As
galinhas se empoleiravam no jirau

O
velho, a velha, os vizinhos…

À
prosa boa que não acaba mais

Na
maromba, há muito o cadelo descansava

O
pitiu fino nos invadia vindo do rio

É
sucuruju na espreita!t

Cabaças
e caiambucas abasteciam o nosso dia

Água
no pote, na bilha, no filtro

A
panela já há muito cozia

Orelha
e pés de porco davam cor ao feijão

Meu
irmão mais velho, ‘granfino’

A
roupa velha indiferente no varal

A
farda do Arariense era de gala

Nem
todos tinham

Na
rua, a volante anunciava políticos

Nossos
avós, padristas

Nossos
pais, barriguistas

Enquanto
a arraia miúda anuncia a ponte

Afinal,
o progresso!

Ou
regresso, pois ir e vir pro outro lado do rio

Enquanto
embaixo, latrinas

Oh
saudade de ser menino outra vez

E
trazer de volta esse tempo de outrora

Mas
agora, só vejo as cenas passarem

Por
isso, acordo

 Nilson
Ericeira