Marginal

É o governo que não governa

É o Estado sem Estado

É o dito pelo não dito

É a nação sem cor

Sem, forma, sem tons

È essa pátria pária

É o zero muito além das esquerdas

É a letra da sigla

Letra morta da lei

É a vida morrendo

É o grito

E o silêncio

É a dor que não sai

É mentira dos falsos

É o menino de slogans

É a criança sem lar

É essa ordem,

Sei lar!

É o forte e podre

É essa gente de plástico,

Eletrônica

Talvez!

É ilusão isso eu sei.

É o vazio em tantos.

É hipocrisia incessante.

É o Estado ‘presepeiro’,

Ausente.

É a natureza morta

É água fétida

É a centina dos ricos

É o escarro

É espirro,

É essa água ardente.

É o nosso próprio veneno.

É a burguesia estetizada.

É a polícia assassina.

É a justiça cega.

E o homem sem Deus.

É a ganância do lucro fácil.

É o discurso vazio.

É o aplauso irascível.

É o velho chavão.

É o pobre.

É a vida.

É a nova estação.

 Nilson Ericeira