Hoje
eu sair lá fora
Espiei,
espirrei, surtei…
Percebi
que o mundo devora o mundo
As
pessoas
Os
sentimentos
Todos
e todas passarão
É
redundância esdrúxula
Mas
as coisas sem vida ficarão
Lá
fora eu vi o mundo para cima
E
parecia desdenhar de nós
O
mundo aqui da terra enterra os homens
Que
teimam em desafiar a Deus
Pra
baixo, homens de cabisbaixo
Farejando farelos…
Eu
me vi em mundos
Porém,
sei ser mais um cúmplice desse desamor
Então,
olhei para mim e tentei me redimir
Orei,
orei, olhei, olhei, escutei, escutei, escutai…
Mas
já era tarde
Olhei
para o tempo a ermo
Não
conseguir capturar
Em
alto mar, à deriva
É
que meus mundos me alagam
Afogam-me
em mágoas
E,
assim, não capaz de me compreender
Antes
padeço, cerco-me,
coloco-me
em labirintos
O
que escrevo, páginas da minha biografia
Sem
nenhum sentido
Mas
consentido
E
se te dou meu doce
Sopra-me
no vento
Então,
fragmento
Degenero,
mas te espero
Pois
sou de carne
E
dizem que a carne era o verbo
Reverberarei
o amor em mim
Apesar
dos pesares
Deverei
pisar no chão
Pois
o teu amor: descaminho
Ericeira
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