O postulado do medo…

Invoquei-me
a querer ser o que sei não ser

Busquei
no invisível e me calei no que é indizível

Não
só chorei a dor do outro como sentir

Esperei
passar o tempo como se no outro dia não houvesse choro,

dor
e desalento

Liguei
e desliguei a TV

Ansiei
te ver!

Mesmo
isolado no meu cárcere,

chorei
e quase me deprimir

Não
esperei nem aprendi lições,

mas
esperava mudanças

Desolei-me
sem os abraços de que me alentavam!

Vi
partir você com seu doce de ser

Cheguei
ao extremo do meu desespero sem que pudesse externar

Dentro
de mim, destroços!

Afinal,
outros precisavam de mim forte e suficiente

Por
dentro, me queimava de dor, me queimo, me arde…

E
assim sigo, dilacerando-me em risos de impressão

Falseio
meus sentimentos para outros não sofram

No
meu coração: dor que não sara

Mas
o que mais me entristece não é só o desamor

A
frieza dos números e a insensatez dos homens

É
a ignorância…

Temos
uns repetidores de boçalidades

Seriam
uns reprodutores ou defensores do caos

Vivendo
por um messias!

Boca
rota!

Uns
alienados de elite que nos enchem de pavor e medo

Uns
intelectuais ‘anti-ciência’

O
que nos resta!

Que
nossos laços de amor, solidariedade e amizade não se quebrem por vozes
mesquinhas

E
que, não precisemos aprender com a dor

Pois
para muitos, tudo que nos fez rastejar ainda é pouco

   Nilson
Ericeira