Alude
no meu peito a voz
A
voz que quer afrouxar
Desabrochar
e sair da caverna
Alude
sair da caverna
Aludem
as denúncias
Represas
que não se podem acumular
Alude
a voz dos excluídos
Do sem chão, sem pão, sem dons…
Tão
vulneráveis à persuasão de hipócritas
Alude
a minha voz e se faz ecos
Ecos,
ecos, ecos, ecos de nós
Alude
a pauta do dia
O
noticiário da manhã
E
começo de noite
Então,
dá-me um sono tranquilo
Mas
não se despeça de meus ecos
Pois
a reprodução do que sinto
Ah,
se eu não fosse tão rude
E
taciturno, te poria em sons
E
faria canções de alcance
Te
poria em tintas
Do
meu coração
Então
te daria o céu colorido de mim
Com
as cores do meu amor: espectro!
Profusão!
Não,
mistura…
E
se no teu coração não penetrasse
Na
tua alma provavelmente tomaria carona
E
seria um vaga-lume daquela porta
A
andorinha do crucifixo
O
beijo adolescente
O
abraço do edifico
Último
a sentir o vento
A
expressão do verbo
E
num tempo de espera,
Te
esperaria
Alude-me
em vozes
Pois
por justiça clamo
Pois
das cavernas de que avistei
Uma
delas sem saídas
A
da corrupção
Então,
alude-me, alude-me…
Ericeira
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