Parado, estático
Deixando a vida levar
Porém sentindo as agruras dela
Quase nu, despido, sentindo…
Adormecido depois de viagens e ilações
Quase uma tempestade sem fim
A calmaria desejada
Longe e perto
Equidistante de si mesmo
Inaudível e esperto
Um produtor de notas do mundo
Mudo, calado, silencioso
A injustiça passará
Assim como o tempo
Os pássaros, a luz, a escuridão, as coisas
Mesmo em dígitos elétricos
Em solidão
Carente de abraços
Do teu olhar
Do teu dizer: dizeres
De algo que acomode a minha alma
E devolva a paz do meu coração
Se eu te ferir
Foi sem dolo, sem culpa, sem ação
Talvez por omissão
Oh ser que ser insensível!
Por isso a espera é a aflição dos dias
Das horas, dos segundos e frações do tempo
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