Por
que me tens rondado
Se
quero apenas viver
Deixe-me
Se
contigo não fiz pacto
E
se rompi a fome e a miséria
Ainda
assim tive insumos de amor
O
que me foi semeado, brotou!
Mesmo
que com o retinir do martelo
E
os berros do meu velho a me corrigir
Com
a barriga roncando
Aqui
estou, livre, mas nem totalmente
Amarras
da ditadura que antes abominavam
Agora,
com almas de salvar o mundo
Acho
que sou mesmo um insano
Pois
me esquece mesmo que seja por um tempo
Pois
broto meu quer boia na vida
Uma
vez que somos uns náufragos
E,
eu, mesmo feito Dom Casmurro,
para
alguma coisa ainda me tenho serventia
Mas
se eu ando meio triste
Não
é por culpa minha
Tenha
certeza, não é comigo
Não
vivo a prolatar sentenças
Muito
mesmos ainda, condeno
Nem
escancaro a minha bocarra aos falsos
Pois
me pudor me sobra
Mas
sei que o mundo não é plano
Que
a vida é vida e a morte não é o fim
E
que o Deus que busco me tem passado longe de prédios
De
clamores, rumores, reuniões, bestialidades…
Bom,
bom mesmo é ficar quieto
Ericeira
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