Um peixe grande com muita
espinha, em que é bem melhor degustado frito ou assado. Confesso que não era um
dos mais apreciados por mim e nossa família. Um peixe de terceira, por assim
dizer, pois só aproveitávamos quando não havia outra alternativa.
Lembro-me quando criança,
em que sairmos para pescar no Rio Mearim e encostávamos a canôa na pilastra da
ponte Itapoã. É que uma das técnicas da pescaria era lançar a linha para baixo
da pilastra, resultado: quando não enganchava a linha, pegávamos bastante
tubis.
Às vezes fico olhando para ali como quem quer
se ver, se imaginar, se reinventar…
E ficávamos horas e horas
aventurando, como denominávamos a pescaria sem muita valia, mas que valia o
nosso almoço ou jantar.
Geralmente, na década de
setenta, em Arari, eu pescava com meus irmãos Riba e Paulo Cesar Ericeira, que
além de terem mais idade, tinham também muito mais coragem que eu. Mas ainda
assim, chegávamos à casa dos nossos pais na Rua Franca como se eu fora o
protagonistas das melhores cenas! E ai deles se não concordassem comigo, pois
meu pai me tinha como um menino muito corajoso e destemido. Para ele, nada era
capaz de conter o meu ímpeto, ao ponto de ver mãe d’água sem se abalar (obra de
ficção), sentir o cheiro de ‘sucuruju’ e continuar no mesmo pesqueiro, passar
por cima de mururu e não sentir medo quando a pororoca chega
va. Acredite quem
quiser!
E quem pegava a maior
quantidade de peixes?
Mas a realidade é que
desde criança fomos induzidos ao trabalho e, na nossa época, com toda a
certeza, contribuímos com o nosso próprio sustento. E esta é só mais uma peça
que faz uma radiografia da minha vida e, ao mesmo tempo, traz-me à memória
páginas sentimentais sem quais não teria descoberto os caminhos por onde
passei.
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Aconteceu em Arari