Não é que Ócio e Néscio se perderam nos caminhos da Vila da ilusão…

Não é que Ócio
e Néscio se perderam nos caminhos da Vila da ilusão…

Que
algumas pessoas se reúnem, se reuniam, na praia ou em qualquer lugar para
especular, falar mal dos outros, apontar defeitos, difamar, e encontrar maneira
de se dá bem, inclusive puxando saco, parece normal numa sociedade excludente e
competitiva em que o mérito de nada vale. Agora, se perder nos caminhos da
Trizidela, sem saber para onde ir, qual a direção do vento, ou mesmo mandando
mensagens para o vento vir falar com eles, aí só muita noia mesmo.

Então,
aleluia. Aponte uma luz senhor…

Cabe
alertar que longe de ser uma alusão a Marina Colasanti, em sua Ideia toda azul,
mas de loucura mesmo. Quando a escritora promoveu o seu kublai-Khan a
espiritualidade conversar todos os dias com o vento em que ele lhe trazia
muitas novidades: no muro ou perto dele!

Aqui
a única novidade que sopra é do FUNDEB, FPM, SUS, convênios, viagens e mais
viagens, etc. Mas Vale, Vale muito mais. Afinal, o progresso precisa continuar,
sem choro nem vela, pois o que importa é a grana.

E
onde está o dinheiro?

Mas
nesse contexto e especulações, os protagonistas do hilário e indecente, Ócio e
Néscio se perderam nos caminhos da Trizidela, um por fome e sede, afinal a água
só chegou ao que mais precisam, e o outro, preciso atentar (atenar) para as
torres de seu casebre que constrói à luz do dia, ladeadas de monstruosos
tanques!

Mas
enquanto a claridade não chega e a água só para os amigos do príncipe, Ócio e
Néscio contratara numa empresa de publicidade de nome: ‘O assassinato da
sintaxe’, vaga-lumes para ficarem, a partir da 18h, iluminando o seu quintal.
Papai!

Ócio
adora peixes e já contratou um caminhão de alevinos de escapas só para ver refletir
a luz do dia ou da noite no colorido dos peixinhos. E assim ficar à beira do
taque a dizer: “peixinho, peixinho, peixinho, peixadas”. Olê, olê, olá, eu
chego lá!

Néscio,
por sua vez, não quer ficar para trás e já determinou que um dos seus tratores fosse
e voltasse até o Rio Amazonas buscar pirarucu e peixe-boi, pois é isso que dá
dinheiro. Dinheiro chama dinheiro! Não é mesmo? Mas ainda bem que não
concorrência com seu amigo Mundinho, o rei do gado. Ainda bem, pois se afrontasse
os seus negócios e influências, fechavam-se definitivamente ‘a porta da
esperança’.  Então: abre-se a porta da
esperança!

Esta
é uma das poucas vezes que se perder é mesmo se encontrar, pois os dois amigos
Ócio e Néscio atentaram para mais negócios e vislumbram faturar, ou melhor,
fraturar.