Não
me despedirei
Ficarei,
serei mais poemas
Agruras,
misturas de mim com os outros
Felicidades
dos momentos,
cimentos
que me fizeram
E
do que não se fez…
Serei
o tempo noutro tempo
Orando,
estático, dinâmico
Serei
só o peso do meu peso
Pecado,
Amado,
Amargo…
Serei
um peso só
Serei
só
Serei
o sol no teu corpo a tocar
O
brio dos olhos dela
Serei
voz e silêncio
A
voz do coração que não quis escutar
Serei
o silêncio do tempo,
em
tempo inteiro
E
o aparte mais sublime
Do
beijo que não se queria apartar!
Do
abraço que não se permitia desabraçar
E
ali, como se não escutara
Descansando
do fardo que não me ajudaste a carregar
Explicações,
confabulações de ti contigo
Enquanto
meu corpo jaz!
E,
em passagens, no que estou, estive, estarei
Mas
sempre estarei na folha virgem
e
sedenta por letras
Por
tintas, vernizes…
E
fui: me levem…
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