Açoite II

Vige a
escravidão

Mas não
há vigem que se omita

Pois de
todo apelo o suplico

Que haja
paz entre nós

Que não
nos distanciamos pelo ódio propagado

Que
nenhuma verdade seja maior que a divina

Por todo
o amor que nos ensinou

Pelas igrejas
que formou de homens

Sem as
colunas, sem as vigas, sem cimento

Mas de
homens em seu nome

E que
não sejamos escravos de ninguém

Que não
admiremos quem nos humilha

E quem
nos tira o próprio pão

Sonhos,
fé e esperança

Que não
precisemos rastejar

Pois
isto não só nos diminui

Mas
transforma

Faz-nos
passar pelo que não somos

A nossa
pele não pode ser a receptiva à chibata

Mas a transpiração
do que somos

Humanos!

E que em
todos os dias possamos ser melhores

E nos
enxerguemos nos planos da vida

E que
também sejamos o espelho e o reflexo de nossas atitudes

Transpirando
e disseminando o amor entre os irmãos

Que
nossos abraços sejam o efeito do que sentimos

   Nilson Ericeira