passei os dias mais felizes da minha infância. É que para lubrificar minha vida,
eu preciso destas escritas, descrições mentais do que passei por lá.
Lembro-me
das minhas estradas, dos mus carrinhos de mola, feitos por Super homem (Zeca
Perone), por Riba meu irmão e por mim mesmo que me arriscava a construir
verdadeiras latas velhas, eles pelo contrário, eram exímios artistas.
Da
mesma forma que os quadrados preenchidos pelas tampinhas que deslizavam sobre o
piso da Escola da Prefeita Justina Fernandes e das borrocas de primeira,
segunda e terceira. Era uma alegria em vida, mas só ganhava que chegasse à
matança, isto após percorrer todas as borrocas e, ainda eliminar, oponentes. Oh
saudade boa de sentir!
Então,
salvem a latinha, ou jacarandá que onde mandar eu vou! E o meu peixinho moquém
por onde andarás?
Galinha
gorda, gangorra, saltos da barreira do rio, corridas de saco e treino de
futebol. O treino, porque eu me metia a jogador e treinador de futebol ao mesmo
tempo, ensaiando exercícios físicos com os ‘moleques da Franca’, além de ser um
dos melhores jogadores da minha época. Acredite quem quiser, quem viu, viu,
agora não ver mais. Oh saudade boa de sentir! Relembrar o passado feliz é se
colocar na condição de protagonista de uma reminiscência que é vida em mim e
tenho impressão de que muita gente também é tocada neste momento.
Quem
não adorava que chegasse começo de tarde para ir jogar pelada no Pátio de seu
Alexandre, ou mesmo no Pátio de Domingos Batalha. Era uma infância de
felicidade! Era sim.
E
quando caiam as primeiras chuvas no solo dos terreiros ou em frente às nossas
casas! Era alegria de todos os meninos, pois de revestrés ou de ponta,
construíam os seus labirintos a partir de suas casas. Quem ganhava? Todos nós
que cada vez mais nos aperfeiçoávamos no jogo de chuchu, em que tinha por
vencedor quem conseguisse prender entre as linhas tão próximas ou com o ponto
em cima da linha, de forma que não permitissem os oponentes saírem de suas
próprias casas. Uma armadilha por assim dizer.
Éramos
considerados os mais ricos ou milionários de acordo com o número de gado de
osso que tivéssemos na fazenda ou dinheiro em cédulas de carteiras de cigarro
que adquirissem, é que, a moeda era representada por carteira de cigarro vazia.
E
os bolos de carteiras de cigarros guardados a sete chaves!
Lembro-me
que cada uma tinha o seu valor: O miníster, cápri, hollyood, carlton, hilton 100,
gaivota e tantas outras. Andávamos geralmente cheios da nota! E assim fizemos
os nossos dias mais coloridos na nossa querida Arari, isso sem deixar de
trabalhar desde criança para ajudar nossos pais.
Os
meninos da nossa época brincavam e trabalhavam ao mesmo tempo para ajudar no
sustento da família. Quase todos nós aprendemos a pescar e fabricar os
instrumentos da pesca ou mesmo arrumá-los de forma apropriada para a pescaria; sempre
ajudávamos os nossos pais de alguma maneira.
Era
comum ver os filhos desde pequenos acompanharem os pais no caminho da roça,
tangendo gado, lavando animais ou vigiando arroz e milho nas calçadas, vendendo
bolo na rua, banana, peixe, cocada, pirolito, picolé, engraxando e colando
sapatos, juntando esterco (bosta de gado), fazendo vassouras e espanadores e
muitas outras coisas.
Sou
testemunha de que a maioria desses meninos cresceram e ganharam a asas e a
maioria se transformou em homens e mulheres de bem. Isso é muito gratificante e
emocionante de contar em forma de reminiscências ou histórias de vida.
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