Em águas
doces
Em
fartas lamas na beira do rio
Em ruas
que são avenidas em mim
Adociquei-me
no sulco de frutas virgens
Salguei-me
no tempero do amor
Hoje sou
de lá e das bandas daqui
Sou de
Arari
Sou a
água que desce
O mururu
indiferente
Água
corrente do Mearim
Sou o
meu amor em preamar
E
lanceiro de um amor sem igual
Sou do
melancial
Trago
frutas virgens
Por isso
estou a entregar
Entrego
todos os dias o que Deus me deu para amar
Então
vou contemplar flor de algodão
E
irrigar este amor no coração
Um
pedaço para mim, um pra tu, outro pra eu
E,
assim, vou me adocicando com o açúcar da vida
E me
temperando com o sal de amar
Ericeira
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