Arvorei-me
de ser senhor, mas sou um prisioneiro.
Escravo
de minhas convicções, ilações, devaneios.
Apenado
pelos meus atos.
Sentenciado
pelo meu juízo.
Excluído
pela falsidade de meus desafetos.
Que são
poucos, mas estragam, vísceras, escárnios.
Sou um
pária de uma pátria-pária.
Que é a
corda e o nó de minha forca.
O grito
insano e o silêncio hipócrita.
O sono
das bestas a remoer noite à dentro.
Carcereiro
da minha própria cela.
Um
prisioneiro solitário em uma solitária.
Que com
seus discursos de algibeira, consome-se sem dó e nem piedade.
Prisioneiro
que se quer partir e voar, mas de asas feridas, pés e perna cambaleantes.
De
gritos e alaridos sem o som necessário para que lhe seja audível.
Que se
lhe imagina enfermo, inerte a atos da tirania,
da
particularização do erário, dera má sorte dos sem sorte.
Dos que
não foram paridos na igualdade da vida.
Dos sem
teto, sem a visão que lhes permita enxergar.
Cheguei
a uma triste conclusão, por mais que me esforce, eu sou um prisioneiro.
Mas
dessas amarras da injustiça, não comungo e nem de mim, exclamações.
Eu sei
que não posso mais ser o feto, nem a vida, nem o todo e nem a parte.
Mas me
debruço sobre minhas ilações e, em maré cheia: frustrações!
Em não
poder sair caminhando, correndo, voando, sentindo, amando,
Semeando,
frutificando, florescendo, renascendo e me sentindo livre.
Livre,
completamente.
Quem
sabe assim me desprenderia de mim e rabugice não teria.
E voaria
ao tempo sem querer que a dimensão se esgotasse nem de ida e nem de vida.
Ericeira
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