Enquanto isso no deserto!

O
vento levou

O
tempo secou

À
água escorreu

O
sol escureceu

A
lua sumiu

Estrelas
se mudaram…

A
vida ceifou

O
coração calou, sangrou, entristeceu

À
flor adormece e nem se dá conta que meu

amor
já morreu

Ressona
tão profundamente que nem vai ao sepulcro meu

E
sai para o mundo sem perceber da existência minha

Enquanto
dorme,

nosso
amor faleceu

O
ser definha…

E
em prantos, um coração em sepulcro

Pois
junto com o corpo que há muito já se foi…

Ela
nem se dá conta da vida que se perdeu

Velho,
feio, fraco, omisso e subjacente…

Entregue
à sua própria rabugice

Despede-se
desse mundo que já morreu

Mesmo
com o desencanto,

ainda
a encontra entre as flores que desfalecera

E
da essência delas, entoa um coro para dissipar dor que demais doeu

E
sangrou no seu peito ingratidão de quem um dia te prometeu

Resta
então, aos pouco sumir na imensidão

Mas
sem antes, separar os corpos que um dia te pertenceu

Pois
nesse dia, à noite, ao entardecer ou à luz do dia


lembranças de amor que o tempo encolheu

Enquanto
àquela flor sonha, em cenários irreais,

feito
novelas de épocas

Em
que, no cume das cenas, há muito o amor já entardeceu

E
feito faísca ao vento, que o tempo e vento,

propagaram
até quando convier

Por
isso, agora aos gritos ressurge do pesadelo que outrora viveu

 Nilson
Ericeira