Hoje
peticionei no tribunal do meu juízo e busquei os acordes do meu coração
Enderecei
os meus pedidos ao meu próprio senso e razão de amar
Qualifiquei-me
com os predicativos de quem ama e quer ser amado
E
de douto amor me dispus
E
coloquei dos fatos
Do
direito que supostamente tenho de te amar
Distribuir
em preliminares de mérito
E
avoquei a tutela de um o amor antecipado para que o pressuposto de amar não me
consuma
E
assim os pressupostos contemplem as razões do pedido
De
valor à causa no que não vejo, mas sinto
E,
não havendo inépcia na petição dirigida, fiz os meus pedidos:
–
que do teu amor eu me seja completamente contemplado;
–
e que de toda a sorte eu possa tê-la por toda a minha vida;
–
que dias felizes possam fazer os nossos dias;
–
e, por fim, que no teu coração, o meu pedido de amar me seja deferido;
–
e que lhe seja negado todo e qualquer pedido de apelação, pois sem teu amor não
vivo.
Sem
mais, subscrevo-me em nome do amor de quem deveras amo.
Ericeira
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