O que ficou!

 

Se
soubesse que doía tanto,

teria
ficado um pouquinho mais

O
até logo, entardeceria, espicharia

O
tempo, pegaria

 

Se
eu soubesse que doía tanto

Teu
amor, seguraria com as mãos

E
colocava só no meu coração

Assim,
te trancaria em mim

Junto
a essências dos jardins da vida

 

Se
eu soubesse que não suportaria a dor

Te
daria todos os dias o meu amor

E,
assim, não sentira frio nos ossos, dor na alma,

aflição
no coração

Ah
se eu soubesse, não me despediria

Ficaria
contando estórias até que o tempo definisse

E
ainda te permitiria a arbitrariedade do tempo

Sem
apartes, aliás, só pra eu morrer de rir

 

Se
eu soubesse o que é viver sem o teu doce

Sem
a tua presença

Temperaria-me
com o melhor de ti

No
meu ser deixaria contaminar

Ainda
assim preservo a tua essência

Pois
não cessou o sal do teu amor em mim

 

Ah
se eu soubesse segurar o tempo

O
tempo seria: o tempo presente

Puxaria
as malhas da vida e de volta te traria

Eu,
muito melhor do que sou

Assim,
talvez não sentisse tanta saudade

É
que a saudade é tipo água sedenta para se soltar

E,
quando e vez, solto-me

Alago-me
de saudade tua

Meus
olhos: oceano

O
meu coração: golfão

O
meu ser, ah meu ser miúdo

Mas
expresso do teu amor

 

Saudade,
saudade, saudade…

 Nilson
Ericeira