Desumanizei, ‘desalmei’…
Se já não te tocas com a dor alheia
Se a morte do teu irmão não te dá comoção
Se a tristeza do outro não te afeta
Pois de coração enrijecido,
objeta-se
Se a crítica com a ausência do outro
te dá eloquência e até ‘mérito’
Se não te importas em contribuir
ou ajudar em meio de a tantas injustiças
Se o dinheiro e o status de traz alegria,
sujeite-se, humilhe-se, rasteje…
Se a tua alimentação é farta mas esteriliza o teu
coração
E pode crê que alguns pratos estão vazios
Perturbe-se, pois não há sentimentos com o que tiraste
dos outros
E teus olhos só enxergam o que te convém,
Turvo é o teu olhar para as pessoas do mundo
Se não sente falta dos braços que te abraçaram,
Empobreceste no corpo, no ser, no coração e na alma
Então divague, mas reflita sobre você mesma
Pois não sentir a dor dos outros e a sua é quase morrer
Nilson Ericeira
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