A face III

Segura

Mãos
acenando

Letreiro
invisível

Corre,
corre, corre!

Sobe,
subiu!

Agarre-se
na primeira cadeira

E toca
busão rumo academicismo

Passa
catraca

Passa
gente

Passa paisagem

No
horizonte, um futuro distante

E sonhos, muito sonhos

A
rapaziada aos poucos enche até a tampa

É hora
de aprender

Alhures
vida minha

Oh tempo
bom!

Mesmo
que com barriga vazia

No saco,
esôfago, estômago e tudo quanto é tripa

Fome orgânica

Fomes de
saberes

Outrora
nem sabia que vida tinham

Mas eu
sentia daquelas de doer até na alma

Alma
minha que há vagueia

Escamoteia-se

Feito
bicho que boia

Na sala,
indiferenças e crenças

Os indiferentes
passaram

Os amigos
ficaram e edificaram raízes

E eu
ainda sinto fomes

Talvez ressentido
de saudades

De uns
que me partiram

E me
deixaram

E muito
mais dos que me ensinaram

Por
isso, volta e meia volto ao campus

E se na
minha face não estampa

No meu
coração reflete

E no
meio dos sábios, sou um menino intruso

 Nilson
Ericeira