Não gostaria de ser julgado pelo
tribunal dos homens
Embora dele não escape
Não por culpa, dolo ou deslize
Mas culpa, dolo e intenções alheias
Ainda assim, prescrevesse no tempo
Pois do que me valho, de poucas
linhas
Não tenho pressa para que esse dia
chegue
Pois uns injustos prolatarão do que
não sabem
Gostaria que de meus pecados
padecesse
Pois sei que destes carregados estou
E que o meu Pai de lá bradasse
Pois sou um réu confesso
Mas confesso, aqui nada fizera
A não ser imaginar, desejar, amar,
pensar e exclamar
Pobre de mim que nem pena tenho
Apenado estou, pelo julgo dos homens
Silêncio no tribunal!
Vai sair a minha sentença!
Absorvido estou pelo tempo de espera
Absolvido estou pela minha própria
consciência
E que prolataram?
Viver a devanear nos dias da minha
vida
Em regime de servidão a letras postas
Antes, porém, fecho-me em grades
Pois sou um prisioneiro do amor
Nilson Ericeira
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