Em
vão caminhas…
Segues
nos torrões desta vida em sina
Peço
que venhas me ensinar a não caminhar em perambulações
Assim
posso me deitar no teu peito e escutar o teu coração
A
dizer-me talvez o que não desejei
Não,
eu não desejei ouvir que deveria me desiludir
Mas
assim prefiro a ter que viver a me esconder do que sinto
E
se disseres o que não quero ouvir
Prefiro
mentir a meus apelos a continuar essa desilusão de amar
Amar
a quem não me quisera nem por alguns segundos
Alguém
que meu peito prometera o amor maior do mundo
Então,
recluso, encosto-me nos meus próprios escombros
Para
sair desse casulo que eu mesmo construir e continuar a me iludir
Pois
assim prefiro
Pois
essa ilusão que é minha, é depósito no meu coração
Mas
eu ainda aspiro a que num sopro de razão, aperte as minhas mãos
E
diga: eu te amo!
E
quando me olhares sorrindo, derramando risos incontidos e a felicidade do meu
amor só para ti
Abraça-me
como quem também queira um abrigo, uma fonte de amor eterno
Mas
como tudo isso é ilusão, eu sobrevivo apenas de devaneios e sonhos
Eu
sei que isto não é muito para quem quer alimentar alma e o coração
E
enfeitar o meu ser para receber amor
Pois
me retiro sem que a tua indiferença seja percebida
Para
que o mundo não veja que meu amor que se esvazia no coração
E
numa solidão de fazer frio, sem abrigo, sem o calor que tanto esperei
Derramo-me
em graças…
Mas
me despeço bem antes que de outra desilusão me acometas
Ericeira
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