Agora eu
tirei um tempo para falar de mim
Embora
sempre faça sem pretensões
É que a
vida me deu caminhos e eu ando neles
Persisto
em lutar, mesmo que a força já não me seja igual
Andei
fazendo e pensando coisas
O que me
parece uma grande novidade
Mas nada
me afastou do desejo de justo e bom
E sempre
abominarei os injustos, sejam de que pele for
Olha que
não nos contaminar com o que é aparentemente bom e prazeroso não é fácil
Ainda assim,
temos que resistir ou mesmo renunciar algo que nos possa mascarar
Não
costumo me admirar de posses alheias
Mas fico
feliz quando vejo que a luta honesta e leal triunfar
Infelizmente
não o que posso falar e o que vejo em muita gente ‘bacana’ por aí
Trato de
uma gente hipócrita cuja desfaçatez lhe veste de corpo, coração e alma
De coração
gélido vão se aproveitando da miséria, da fome e da dor alheia
O que
lhes farta, falta na casa de quem até lhes faz festas
Entendo
que isto não seja o normal, embora tenha aparência de
Andei
pensando como é cruel viver representando
Para cada
ocasião uma fala
No fim a
melhor é a que se aproxime de seus intentos
Mesmo que
para isto, ponha Cristo à venda!
Melhor seria
falar de mim ou deixar o que confesso em protesto!
Melhor
mesmo é que cuidemos de nosso ser completo
Olhemos
para o nosso próprio umbigo
E que
nos preocupemos com o nosso juízo não porque nos queiramos salvos
Mas
porque o que não é justo e correto não agrada ao Ser superior
Mesmo que
para tal, façamos o nosso próprio juízo
Então,
façamos silêncio no tribunal
Ericeira
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