Apesar dos espinhos

Sempre
penso nas agruras que a vida me fez 

Ao tempo
que semeio sementes de amor

Sem,
contudo, perceber que há espinhos

Pois de
tanto sofrer, não definhei e nem me espinhei

Guardei
comigo resignações crescentes

E, em
meio a tempestades, protegi-me dos que discriminam

Os
espinhos, por vezes me machucaram

Renovei
forças e estanquei sangrias

Pensava
às vezes que estava só e que o mundo me era pária

Ou
mesmo, eu era um pária do mundo

Buscava
o ‘deus’ desconhecido em palavras ao tempo

E
conheci o Deus da interação

E
entendo a minha insignificância no mundo

No
entanto, renovo-me todos os dias com o amor Dele

E fiz e
faço orações de contrição

Sempre
buscando novas sementes de amor

Divido o
meu amor com as pessoas

E sei
que os espinhos fazem parte da vida

Por
vezes nos ferem e nos machucam

Outras
vezes nos fazem ser fortes e seguir

Os
cuidados que temos que ter com as nossas feridas

Dizem-nos
e nos ensinam que para se chegar à essência, sofremos

Mas
nunca devemos esmorecer ainda que a ferida doa tanto

Pois
renovar-se todos os dias no amor nos faz pessoas humanas melhores

E,
apesar dos espinhos, alimentamos os nossos corações de coisas boas

 Nilson
Ericeira