Sempre
penso nas agruras que a vida me fez
Ao tempo
que semeio sementes de amor
Sem,
contudo, perceber que há espinhos
Pois de
tanto sofrer, não definhei e nem me espetei
Guardei
comigo resignações crescentes
E, em
meio a tempestades, protegi-me dos que discriminam
Os
espinhos, por vezes me machucaram
Renovei
forças e estanquei sangrias
Pensava
às vezes que estava só e que o mundo me era pária
Ou
mesmo, eu era um pária do mundo
Buscava
o ‘deus’ desconhecido em palavras ao tempo
E
conheci o Deus da interação
E
entendo a minha insignificância no mundo
No
entanto, renovo-me todos os dias com o amor Dele
E fiz e
faço orações de contrição
Sempre
buscando novas sementes de amor
Divido o
meu amor com as pessoas
E sei
que os espinhos fazem parte da vida
Por
vezes nos ferem
Outras
vezes nos fazem ser fortes e seguir
Os
cuidados que temos que ter com as nossas feridas
Dizem-nos
e nos ensinam que para se chegar à essência, sofremos
Mas
nunca devemos esmorecer ainda que a ferida doa tanto
Pois
renovar-se todos os dias no amor nos faz pessoas humanas melhores
E,
apesar dos espinhos, alimentamos os nossos corações
Ericeira
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