Marota água que desce na minha face
Gélida me umedece, cala-me no tempo e na alma
Antes sangra o meu coração
Aos poucos meu ser alaga…
Marota água que molha meu rosto
Antes, sangra, igual faca de gumes bem amolados
E dói a dor do coração
E dói muito mais esta solidão sentida
Que em versos ganham asas,
mas pousa em mim
E na face corre águas minhas…
Tão doces e tão salgadas a maltratarem olhos meus
Mas eu te peço, mesmo que no meu coração em maresia
Não me afogue sem que declare que o meu amor é teu
Pobre de mim que crio mundos e disfarces
Coisa que ninguém acha graça
Mas que, por vezes, estanca água corrente em rosto meu
Quem me dera viver em sequidão
Em terrão estéril, pois assim água não verteria
Talvez um dia, quem sabe, aguas minhas secarão
Mas enquanto este dia não chega,
soluço e sofro a dor da solidão
Por vezes penso que meus versos virarão pedras
E até rochas, pois me escondo em letras combinadas
Ainda assim, prefiro assim que me alagar nessas águas
Pois sei que nem sempre controlo
Tendo em vista que a própria fonte sou eu
More Stories
Rufiano, o gastão! Ou melhor, o gatão!
PENSAMENTO DO DIA
Contagem regressiva: já passaram 3 anos, 4 meses e 19 dias de desgoverno