
Que transcende meu ser
Que me dá dor e prazer
Que faz ser e não ser
Que faz nuvens…
Ventos e cercanias
Que me dá poesia, agonia, nostalgia, êxtase…
Que me consome e some
Que transforma e conforma
Que me fragmenta
Que me fez vida e que é vivo na minha morte
Que me faz vaga-lume
Que em mim faz sombras
Que emudece e entristece
Que é grito e ecos…
É a minha força e fraqueza
Meu esconderijo em mim mesmo
Minha desculpa esfarrapada
Minha espada, meu gume, meu amor…
Que me chama e difama
Que me abraça e me aparta
Que por vezes some
Noutras me aclama!
Nilson Ericeira
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