Hoje pretensiosamente resolvi pintar o céu
Inculto e com pouco saber
Desenhei…
Imaginei…
Idealizei…
Subi ao cume da montanha para ficar mais perto dele
Rir de mim numa pretensão esdrúxula
e misturei as tintas
busquei os tons
ouvi, no silêncio, uns sons
ecos de mim mesmo
e seguir o desafio
Lembrei que num céu que se prese deve haver nuvens,
anjos e pássaros…
Entre anjos e demônios que no mundo habitam
derramei-me de numa saudade adormecida
Fiz profusões em mim
E vi que não estava só
Que no meu coração existia
E que o céu de cada um depende de nós mesmos
E, ainda, que o inverno é produto do egoísmo
Por isso pus no meu céu o crepúsculo
Pois assim como um ‘deus’,
Separei os dias e as noites
Vou por tudo no mais perfeito tom
Com o tempo, percebi que tudo não passou de um sonho
Então, tudo é que sei é que sou obra do Criador
E que, ainda que eu pintasse um céu qualquer
Ainda assim não agradaria
Pois sei ser um ser imperfeito
Nilson Ericeira
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