De correr pelas ruas
Sem preocupação
Aliás, com o tempo
Sem medos
Saudade de ouvi a minha mãe chamar
Depois de horas e horas na rua
E ainda demonstrar insatisfação
Como que uma criança sem asas
Pois podadas pela disciplina
Sinto saudade de ser criança
Embora o tenha em mim
Com risos, crenças, alucinações e lúdico
Saudade dos caminhos que percorri
De quantas vezes me perdi
Quando ia e voltava ao mesmo lugar
Saudade de passarinhar
Contemplar a natureza e me sentir dono dela
De sair bem cedinho sem avisar
Mais tarde vozes a me chamar
Menino!
E de sair na janela ou ir à porta sem nada mesmo a fazer
Só como pretexto para olhar para ela
Eu sinto saudade da casinha sem proteção
Mas que nos guardava com amor no coração
Do rango fraco e vitaminado pelo amor da família
Ah meu pai, minha mãe, meus irmãos…
Acho que tenho saudade de tudo
Dos dias, das noites e amanheceres
Saudade da rua, dos meninos, da gritaria…
Saudade do que passei, fui e sempre serei
Acho que eu sinto saudade é de mim mesmo
Nilson Ericeira
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