Alienados digitais!

Ando
em soberbas ondas

Desequilibrado,
escrevo sem pensar

Defendo
teses sobre assuntos que desconheço

Ofendo,
maculo e injurio

Perfídia
sorte que me coloca em ondas

Navego
por mares antes inavegáveis

Traço
rotas, descubro mares, avisto montes


um desequilíbrio que ludibria meu cérebro

Vivo
a me iludir

Sou
um alienado digital

Ainda
assim, discuto conhecimento científico

Edito
e sanciono leis

Exerço
funções nos três poderes

No
esporte, sou o melhor

A
melhor e mais fina opinião é sempre a minha

Mas
não estou em lugares nenhuns

Sou
o mais belo


não me enxergo no espelho da vida

A
minha máquina me dá a minha imagem mais desejada

E
nem mais exerço de pleno a minha auto imagem

Coitado
de mim, sou só miragem

Estou
de passagem

Porém
eu lhes confirmo, não manobro meu próprio barco

Vou
à deriva na onda que vida me levar

Agora,
todos somos uns lindos!

Mas
no enfeamos quando tecemos os bytes

Ainda
bem que meus zeros e uns são binários

Porque
senão, teria nota zero

Ainda
assim, ordeno bom borde, bom reste!

Pois
quero o meu barco ancorar

 Nilson
Ericeira