Ando
em soberbas ondas
Desequilibrado,
escrevo sem pensar
Defendo
teses sobre assuntos que desconheço
Ofendo,
maculo e injurio
Perfídia
sorte que me coloca em ondas
Navego
por mares antes inavegáveis
Traço
rotas, descubro mares, avisto montes
Há
um desequilíbrio que ludibria meu cérebro
Vivo
a me iludir
Sou
um alienado digital
Ainda
assim, discuto conhecimento científico
Edito
e sanciono leis
Exerço
funções nos três poderes
No
esporte, sou o melhor
A
melhor e mais fina opinião é sempre a minha
Mas
não estou em lugares nenhuns
Sou
o mais belo
Já
não me enxergo no espelho da vida
A
minha máquina me dá a minha imagem mais desejada
E
nem mais exerço de pleno a minha auto imagem
Coitado
de mim, sou só miragem
Estou
de passagem
Porém
eu lhes confirmo, não manobro meu próprio barco
Vou
à deriva na onda que vida me levar
Agora,
todos somos uns lindos!
Mas
no enfeamos quando tecemos os bytes
Ainda
bem que meus zeros e uns são binários
Porque
senão, teria nota zero
Ainda
assim, ordeno bom borde, bom reste!
Pois
quero o meu barco ancorar
Ericeira
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