De tudo que passei,
se errei foi por minha conta própria
De tudo que acertei,
Se me é pesado o fardo,
eu próprio propus
Não temas, eu carrego, carregarei, eternizarei
Portanto, não há culpa e nem culpados
Há feridas, agruras e dor
Pois antes que me condenem,
Eu mesmo abro a porta do meu cárcere
Pois há muito vivo enclausurado do que me propus
Os meus erros são meus, só meus
Na minha partida não quero choro nem vela
Nem mesmo lágrimas de crocodilos em cortejo
Afora os repteis, humanos desumanos
De tudo que aparentei, onde mas amei,
Errei, eu sei!
Um errático da vida
Com flores e espinhos, tirei espinhos
Mas me espetei
Noutras flores busquei essências
Mas nem sempre depurei
Errei em contemplá-las, enaltecê-las, adocicá-las
Por vezes em vão
Pois, pois…
É impossível mover um coração que não se permite
Pois um pecador inveterado
Portanto senhores, não há culpados
Há um monólogo produzido em mim
Frutos de erros e acertos
Os últimos, escassos
Os primeiros, abundantes
Portanto, o que vige é o que passo
Não é que o meu riso incolor traduz
E de tudo que mais errei foi em procrastinações
Então, prolatem a minha sentença
Nilson Ericeira
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