Chorosa e dolorida, mas
marcante.
Esperada e inesperada, não desejada.
Antecipada ante a minha dor.
A dor de negar o coração ‘ficante’, suplicante,
sangrando.
Desfiz-me de mim, para abraçar o meu povo.
De quem me nega, mas que sou das entranhas da mesma
terra.
De quem tenho o cheiro, a cor, o odor.
Despeço-me de mim mesmo.
Meus braços já não me cruzam.
Mas serei caminhos de volta!
Olho para o céu e vejo que sempre pedi a Deus:
Arari!
Mas despeço-me de minhas rabugices e besteiras.
De falas eletrizantes e um amor constante, rasgado,
dilacerante.
De quem mesmo na dor se apaixona, revitaliza-se e
cresce.
Até o nosso vai e volta de nós outros não é igual
aos outros.
Aqui vou partindo antes da partida, partindo meu
coração.
Já que a minha alma não vaga muito.
Ela também é de Arari.
Mas quando eu te der o meu último beijo.
Certamente de levarás aos primeiros.
Assim numa música que não passa.
De um amor que não cessa.
Mas tenho que ir!
Ainda não sei se conseguirei me encontrar.
Ou por quanto tempo terei que juntar meus
pedacinhos.
E num deles em rebuliços te direi que nunca
deixarei de te amar.
Nilson Ericeira
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