Tempo recluso

Nem
notei que passei tempos de lembranças, apenas.

Nem
dei conta de que a tua ausência não poderia ser.

No
meu tempo recluso tentei evitar amor.

Mas
toda manhã o sol tocava meu ser selando e secando o corpo meu.

A
luz penetrante traduzia muitas razões de viver e amar.

Fui
a cada dia me distanciando mais…

Numa
luta contra o que eu sinto e sentia…

Travada
luta muitas vezes em vão.

Igual
quem vive de abstinências.

Dias
certos e incertos na constância de um amor único.

Cujo
segundos me davam a certeza da eternidade.

Em
ano-luz fiz do meu tempo recluso um tempo de espera.

Na
minha abstinência de amar me recolhi a mim mesmo.

Negando
palavras, engolindo soluções, trancando o meu coração.

Na
fagulha de um fogo ardente transformei o tempo.

Nesse
tempo recluso ou tempo de espera.

 Nilson
Ericeira