‘Seres huma-nus ‘

Tenho
pensado que o mundo sangra

Nos
olhos,

Na
boca, no ser, coração e alma

Palavras,
atitudes e ordens nos pisoteiam

Falácias
de ditadores coloridas com enfeites

Falaciosos
falastrões

Amem,
Amém, armem-se

Ponho
fogo no paiol!

Então,
aleluia!

Mas
que não nos deixamos levar por ondas hediondas

Pobre
gente, pobre povo que se permite tanger,

boiar,
passar…

Alude
ao ser da inexistência

Seres
desacreditados

Jeitos
e trejeitos de sins e nãos

À
negação do humano

Congratulam-se
com tiranos

Formam
correntes de alienados

E
sobe bem alto e anunciam o descaso

Vivemos
mesmo em tempos sombrios

Não
nos reconhecemos

Não
nos escutamos

E
não nos percebemos

Atolados
no ódio, na dor, no sangue

Falta-nos
ar, falta-nos tudo

Mas
principalmente, sensibilidade

E
amor ao próximo

Estamos
num pesadelo

Cavamos
nossas clausuras

Fechamos
nossos cárceres

Levamos
à sepultura…

E
ainda entoamos louvores!

Que
graça, des-graça…

Sucumbimos
à nossa ignorância

   Nilson
Ericeira