Ego-ferido I

Estilhaços
de sangue e dor

Peguem
as armas!

Vamos
para a igreja!

Pelejemos,
então

Que
fiéis

Que
se complementam pelo ódio posto

E
ainda travestidos de pureza e encanto

Mas
não ressoa a voz

Ressoam
dores

Horrores,
passagens fúnebres

Enquanto
fomentam suas asneiras

Morremos,
morreis, morreram

Mas
há os que acham graça da desgraça alheia

Até
simulam, com isso, merecem votos

Devotos,
por assim entender

De-vo-tos
do mal

E
seguem enchendo seus púlpitos de sangue

E
escorrem nas veias da América…

Vaza
pelos beiços hipócritas

Agora,
ensaiam justiça

Mas
não há ensaios

Não
há cena, obscena

Não
há seres humanos,

intoxicados

Enquanto
não se esvaziaram as suas prateleiras de ilusão

Pobres
que morram, se lasquem

Aqui
ali, ouço vozes contrárias

Ainda
bem, bem-querer, bem-dizer, bem-amar

Que
não se amoldaram as algemas servis

Nem,
muito menos, ecoaram a dor

 Nilson
Ericeira