Episódio de hoje: Ócio e Néscio de olho nas eleições e um pé lá outro cá

 Ócio e Néscio de olho nas eleições e um pé lá outro cá

Agora
lascou, terminadas as eleições é mais quem diz que não patrocinou candidato
nenhum. Um pé lá outro cá como diz o caboclo. Tem um deles que até já começou a
elogiar o vencedor adiantando as qualidades que antes dizia desconhecer. É a
lei da conveniência, mas não uma conveniência solitária, pois todos os seus
filhotes e muares também diziam o mesmo.

Nesse
contexto, Ócio e Néscio têm razão quando se dividiram ‘politicamente’ para um
apoiar um e o outro o outro. Mas antes discutiram o que fazer para impressionar
a sociedade. Ensaiaram o ritmo e as palavras de ordem. Mandaram lavar os
caminhões e adesivar. Tudo como manda o figurino. Enviaram paredões de som ou
revezaram o mesmo ‘sistema’ em passeatas diferentes.   

E
o combustível! O combustível é o proveito que podem tirar caso um seja eleito e
o outro não for, mas no final nem Ócio nem Néscio ficaram a ‘deus dará’, pois
um sempre estende a ‘mão amiga’, o tapete da paz, a calçada da fama para o
outro. Então, tudo certo. A empresa X fica com isto, a empresa Y com aquilo. E
toca a boiada, mulas e muares…

Um
para mim, um para ti, outro para eu… Divisão exata! A multiplicação dos
peixes.

Esse
aí é um comunista, esse outro um direitista, esquerdista, aquele lá não tá com
nós. Rapaz, política não é assim! Eu já te falei! O irmão daquele ali fala mal de
ti, o outro não: o plural de mela mão é mela mãos! De o puxa-saco, os
puxa-sacos. Um é católico e o outro protestante, um bebe a água que passarinho
não bebe o outro só se for bem escondidinho. 

Mas
cuidado com os paparazzi da internet ou os famosos youtubes do surfe da
melancia! Ih, pororoqueis!

E
já no apagar das luzes:


Oh saudade da minha mansão que tive que vender para pagar umas contas! (Ócio)


Saudosista e apegado a bens materiais, vê se vai lá pra casa da próxima vez. Lá
é bem melhor até pra pensar e por a cabeça em ordem, pois tem a lagoa, os
brotos, as minas, um cheirinho de esgoto, mas passa lá pelo alto! A podridão a
gente sente, mas de longe. (Néscio)


Oh como é ruim perder o que nunca se teve! (Ócio)


O quê? (Néscio)


Os amigos, a fama, os carros… (Ócio)


Tu dissestes carro? (Néscio)


Sim, carros, cargos, influência, amigos e tudo. (Ócio)

E
assim devanearam Ócio Júnior e Néscio da Silva ao ponto de vislumbrarem um
terrenão, daqueles de encher os olhos e tanques de gasolina, para montarem um negócio!
Com o intuito de fabricar combustível de ‘olho de boi’. E sair por ai a esnobar
e cantar: e onde está o dinheiro, o gato comeu, o rato roeu e ninguém viu!

E
as máquinas? Máquina anda, corre na velocidade que o dono quiser… De frente e
de ré!

Ou
então, investir numa criação de porcos e colocar chips neles só para não
permitir que eles se amotinem e forme uma sociedade dos nojentos! Ou mesmo
adesivarem os focinhos com o nome: mito, minto, mito, minto… E George Worwell
com o direito de autoria? Para bem aí!

Então,
palmas, muitas palmas: eles merecem, eles…

É
que sapo não lava os pés, não lava os pés porque não quer.