Tua voz, ecos em mim


tenho lugar na estante para ti

Antes
emoldura, lapido, burilo e dou brilho

Pois
estrela dos meus dias

Luz
da minha vida

Ar
e vontade de amar

Agora,
que já tens assento na sala

Invade-me,
penetra-me, revira-me, revolva-me

E
passes os dias em mim

Mesmo
quando não estejas

Eu,
só, sozinho em solidão

Mesmo
te fazendo sala no meu coração

Rogai
então para que meu coração não dê vertigem

Uma
vez que parte de mim está

A
outra, divaga

Outra
fica, é-difícil

E
as minhas partes te buscam a todo instante

Chega
ser hilariante, amar sem ter

É
como sangrar ferida que se faz questão

Pois
com a dor do amor,

a
ilusão sobrevive

Mesmo
que em dias de solidão

Agora
que já te fizeste tão íntima

E
que me invadiu completamente

Devolva-me
sementes

Pois
outra vez o teu amor em mim

   Nilson
Ericeira