Degraus…

Lá na concepção

Antes, planejado no coração

Ou não!

Mas concebido…

Vem…

Respira

Ah!

Ar!

Que maravilha!

Um rebento

Uma cria

Uma nova criatura

Sem vestes

Só, com as veste do Pai

Engatinhei

Balbuciei

Lambuzei-me

Gritei

Mais uma criança

Adolescente

Uma semente

Inquietudes

Juventude

Assim, desci e subir degraus

Por vezes sem tempo para percebê-los

Noutros, cravados no peito

Veio a fome: fomes

Vi o mundo

A fome aperta

Gritei por justiça

Caminhei…

Perdi-me em caminhos

Reencontrei-me

E novamente nos degraus da vida

O céu, o céu é em cima

Mas pode ser embaixo

Sob os nosso pés

E mentes

Na nossa consciência

Assim, nem no meio

Nem a cima

Um pouco acima do chão

Já a mais na idade

Sentido a mocidade que há em mim

Caminho…

Para onde, não sei

O que sei é que aprendi a saber que nada sei

Convencionei assim a vida em degraus

Então, talvez de degrau em degrau eu chegue

Talvez inerte para sempre

Ou, quem sabe, eterno

E, agora?

Agora é hora de escutar a própria voz

Emitir um diálogo comigo mesmo

Parceiro de mim mesmo

Um confidente da vida

Olhar-me e, a partir daí, enxergar pessoas

Olhar o mundo

E os degraus?

Segure-me, pois com o teu abraço,

sigo…

Pois só…

Sozinho não me equilibrarei nos degraus da vida

Nilson Ericeira

(Robrielle)