Umas badaladas

O sino da cidade bate,
bate, bate!
Como queira contrição,
como diz a voz do coração.
Como se a cidade se fechasse para outro ciclo.
O ciclo da noite.
O sol entra no rio e toma o céu no seu cantinho preferido.
Na água do majestoso, arco-íris em reflexos…
Como quem anuncia a próxima oração.
Umas badaladas do tempo de outrora.
Que outros tímpanos quiseram filtrar.
Agora em nossa memória, tantas histórias…
Ah Arari do meu amor!
Eu nesta sentinela e ilações,
abraso meu coração com lembranças tuas.
Acendo-me para lembranças e recordações íntimas,
tão minhas quanto tuas.
Acende-me com as lamparinas da minha vida.
Deixa-me lampejar em histórias tuas.
Em lembranças que me vestem e revestem.
Coisas de nossas entranhas.
E badala, badala o sino na nossa Matriz!
Badala, badala e bate igual o meu coração!
Arari aceite os toques dos badalos eternos em nós.
E me ensina a nunca me despedi de ti.
Ensina a todos nós!
É do teu amor as minhas impressões.
Pois não desejo me apartar da minha parte mais nobre.
Dá-me água, mas também me dá o azeite da vida.
Sustenta-me com a sede de justiça que queremos sentir.
Mistura-me com teu olho de unção.
Dá-me contrição e coração.
Deixa-me ouvir a voz do meu coração.
E badala, badala, badala…
Eu quero sempre ouvir as tuas badaladas…
Deixa sempre tocar em mim esse amor que é teu!
Então, Arari me move, sacode-me sempre para perto de ti.
Nilson Ericeira
(Robrielle)
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