Ser oceano

Quando os meus olhos
marejam

O meu coração há muito já alagou

A saudade em mim, oceano

Golfão da minha vida…

Quando meu ser entristece

Procuro em mim o que não
está

Só lá no meu coração

Por isso vivo a produzir
notas

Razão de ser tradutor de
mim mesmo

À deriva no mar da vida

Mas quando os meus olhos voltam
a ‘marejar’

Esperança de amar

É sinal de saudade e da
tua existência em mim

E as lágrimas teimam em me
aguar

A saudade de ti me
humedece

Meu ser padece de solidão

Quando sei que estás no
meu coração

Meu ser, oceano

 Nilson Ericeira