Poesia pálida

Eu contei meus passos de ‘uns’ até o infinito

Mas sei, a métrica da vida não dependem de mim

Contudo, escrevo como quem caminha para o horizonte

Sem que nunca acabe a sua pretensão

Escrevo da maneira de quem pisou no chão e seguiu caminhos…

Escrevo assim, silenciosamente, palidamente

Como que tem ouvidos, mas não escuta

Quem tem voz e não ouve

Mas faz ecos em mim

Com os olhos que tomei emprestado de águias

Eu escrevi sobre coisas de que não sei

Se existem, existem só em mim

Ainda que compreenda o meu estado

O meu ser, devaneios, alegorias, aleivosias, inglesias…

Assim, continuo a minha caminhada

Na inconformidade do ‘poeta’

Sem pressa para chegar

Apenas com asas para voar…

Lá em cima me dizem que é o céu

Enquanto não chego, faço o meu aqui

Sozinho curtindo a voz da minha consciência

Nilson Ericeira