Não
precisa ter piedade
Precisa
estancar a maldade
Não
precisa me trazer coisas
Venha
de mãos vazias
Mas
me subtraia meus direitos
Não
precisa aludir meu nome
Não,
não precisa apertar minha mão
Se
me tem negado abraços
Não
me faça festas constantes
Seja
apenas sincero e amigo
Não
me traga as retrancas da porta
Prefiro-me
liberto
Não
me traga a oração de estética
Pois
de ilusão eu não vivo
Por
favor me trate como humano
Mas não mostre para os outros do que me fazes
Pois
a caridade abomina à estética
Não
me negues como irmão
Afinal,
o nosso Pai não faz acepção
Não
me amole os ouvidos trazendo ilusão
Pois
eu detesto alienação
Não
ocupe a casa de Deus com blasfêmia
Nem
me peça um tostão
Eu
sei que é o verdadeiro sentido da devoção
Agora,
faça-me um favor, venha do que jeito que vier
Mas
venha com fé
Ericeira
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