Eu queria ter a ludicidade das crianças
A maturidade dos idosos
A meação dos adultos
E a humildade dos humanos
Eu misturado de raças,
Mas de humanos
Eu queria ser a idealização com meus
brinquedos
A pureza dos meus segredos
Os conselhos dos mais velhos
E os passos dos adultos
Queria ser o brinquedo e a estrada
O boi e a boiada
Eu queria ser a natureza e a flor
E ser o íntimo dela, ser de essência
Ser o sublime do amor
Eu queria ser o rio silencioso
E encontro incômodo dele com o mar
Eu queria ser a cerca que te guarda e
protege
Mas eu sei que seria a porteira todos
os dias
Só pra te ver ir e voltar
Como eu queria ser o céu!
O trampolim, o avião que vai…
O que volta…
E a nuvem que encobre
A que derrama
O sol que aquece e o que se esconde
Eu queria ser menino outra vez
Só para fazer festas em mim por te ver
chegar
Como eu queria tantas coisas que eu não
posso
Mas de uma coisa eu sei, sou um ser
lúdico
E busco todos os dias os mundos
Feito fios que eu ‘manoplo’
Ah, como eu queria ser a cor de todas
as tintas
E também ser a combinação delas
Eu sei que sou aquarela
Verde, vermelha, amarela, azul e em
preto e em branco
O queira ser menino outra vez
Só para inventar estórias
E outras que eu ouvi meu pai contar
E histórias de todos os dias
Que até passavam fome e frio
Mas eu não sou nada,
Sou apenas um ente entre os presentes
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