Flor fungível

Flor fungível

Eu vi constelações de flores

Elas se deslocaram para o céu

Cederam a relva do tempo

Ao sereno de começo da noite

E ao vento frio sobre suas pétalas

E, em esnobes silhuetas

Despediram-se

Foram brilhar no céu

Lá do alto do infinito

E levaram consigo o amor mais bonito

Fazem agora constelações

Eu, aqui, terráqueo,

Imploro pelo amor dela noite e dia

Feito um vaga-lume da noite que se fora…

Desapareceu enquanto o meu olhar dera…

E assim vago à procura

Como pássaro sem rumo

E, como alento, olho para o céu iluminado

A vejo no meio de pontos de luz

E, quando fogem aos olhos

Deixo-lhe no meu coração

Ah, minha flor da vida!

és a dona das estações do meu coração

Eu sei que tais analogias são disfarces

Pois no fundo, não és nem flor

Nem estrela

Mas carregas o meu amor

Nilson Ericeira