A violência na Grande Ilha e a dor das famílias

A violência na Grande Ilha e a dor das famílias

Começo dizendo que isto não de ontem, mas precisamos questionar, ainda que o que seja antipatia para uns, para outros, soluços.

Óbvio que a violência não acontece só na periferia nem só contra os negros! Certamente a violência é um mal que afeta toda a sociedade. Mas imagine os pais das áreas periféricas, como devem se sentir ao ver os seus filhos sendo vítimas de uma violência que não vem de hoje, mas preparada há anos! Eu não dimensiono a dor. Até por que paira um grito em nossas gargantas pela omissão dos Poderes.

Pobres, pretos e marginalizados… Não é ‘vitimismo’, é a realidade, infelizmente.

Na mesma ponta, está a assertiva de que o crime não compensa, mas se é possível evitá-lo em algumas situação, quando o Estado, ainda que nada ou quase nada tenha feito para proporcionar outro futuro que não seja a morte ou cárcere, chega a tempo. Mas fiquemos atentos: o policiamento vai ser dobrado e ostensivamente após o leite derramado, ou melhor, o sangue. Fica a dica, quando nada se faz para que as pessoas não sejam vítimas do próprio Estado que deveria tutelar valores fundamentais, incluindo à vida, deveria proteger, evitar.

O Estado há muito não segue um planejamento que não seja com o único objetivo, o de se manter no poder. Pois a quaisquer custos, aparecem seus representantes como papais noéis fora de época, ou melhor, em época de eleições.

Nos trenós dos benefícios ganham eleições seguidamente sem exercerem o que de fato lhes é por prerrogativas. E a preocupação: zero até mais infinito…

Enquanto as famílias choram a dor da perda de seus familiares, alguns riem dos seus métodos de manutenção do status quo. Do jeito que está, está bom, aliás, muito bom, mas só para uma minoria de abrigados nos poderes. Aí vão se formando os nichos geradores de violências…

Sou pai de filho preto e moro em área periférica, com isso, todos os dias, com chatice velhice e tudo, explico, oriento, aconselho meu amado filho sobre alguns métodos de exclusão que estão na nossa cara, e só não ver quem não quer. O certo que ninguém está livre da violência, muito menos da discriminação, dos estereótipos grosseiros que nos são impostos.

Enquanto o estado dorme em berço esplêndido, as famílias choram e desce pela sarjeta da hipocrisia o sangue de inocentes. Até quando?