Um escravo do tempo

Fui escravo e livre me fiz
Sou passado,
Sou passageiro
Sou passagem
Sou o ar
Sou livre
Sou passarinho
Sou o vento que quebra caminhos
Sou a ventania
Sou a agonia que a injustiça me dá
Sou leve igual passarinhos
Sou o vento, redemoinho
Sou a marca do tempo
Sou o tempo presente
Sou o ser que ancora
Sou o ser de agora
Sou o frio e o calor humano
Sou a roupa que veste o ser de escombros
Sou o ombro
Se não sou eu
Sou tudo isso muito mais
Mas ainda sei quem sou

Nilson Ericeira
(Robrielle)