Por Nilson Ericeira
Filhos da exclusão – Negar ou falsear a realidade não é de todo ruim, pois há quem se beneficie
Começo dizendo que ninguém é obrigado a ler meus textos e muito menos concordar com eles, porém os escrevo como são as páginas da minha vida e, em sendo fruto da exclusão, deponho por meio dos instrumentos que possuo, assim posto a minha autoimagem.
Já vivi 62 anos, o bastante para não me preocupar mais com os problemas sociais? Não, isto não é verdade, pois a cada dia, vejo-me ainda mais envolvido nos debates sociais. Embora, aparentemente, nem participe. Mas se bem, que esta não a questão, a questão é, será que algum dia milhões de pessoas excluídas, portanto, páreas de Estado, vão ter oportunidades iguais?
Somo subjugados e discriminados por quem jamais deveria, pois não é só uma simples contradição, mas uma realidade cruel.
Da forma que o Estado é formado, excludente por excelência, em que o mérito é subjugado por ‘influências’ com os Poderes Republicanos, sempre haverá os que tudo é muito mais fácil, inclusive os ‘bons empregos, fabricados por um série de circunstâncias, alheias à ordem constituída. Isto nem precisa investigar ou mesmo uma reportagem do mesmo modo investigativa.
É como se as pessoas menos favorecidas financeiramente vivessem ou fossem obrigados a remar contra a maré durante toda a vida.
Mas precisamos pensar mais, será que não somos nós mesmos quem ratificamos esta sociedade da forma que é e, muitas vezes, chegamos ao máximo da nossa ignorância, aplaudimos o nosso próprio demérito!
E quantos falsos líderes produzimos e atribuímos qualidades que sabemos não terem.
A violência não nasce por meio de geração espontânea nem prolifera ao sabor apenas da índole, antes, órfãos de Políticas Públicas e oportunidades iguais. Os estereótipos com os excluídos facilitam na subida na escadaria estabelecida, ou melhor, pelo status quo.
Os filhos da exclusão são páreas de Estado por excelência e isto nunca fora diferente, mesmo com o advento da Carta de 1988, que estabelece regramentos claros no âmbito da Administração Pública, estabelecendo como devem ser preenchidos os cargos nos Poderes. Porém, ainda não passou sequer um governante que estancasse esta sangria permanente, até por que são frutos do mesmo processo.
O discurso pelo discurso sempre nos atrasou, o discurso sem base ou fundamento muito mais ainda, diarreias diárias em forma de textos, enfraquecem o debate, pois apenas certificam o nosso despreparo.
O capitalismo impõe a todos nós uma competição, mas quando se participa da competição em condições desiguais fica difícil sermos considerados cidadãos de direitos e deveres iguais.
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